ENSAIOS

IBIRUBÁ RS

EU VENCI - CLAUDIA PEZZINI

Vivendo e Aprendendo, de uma forma dolorosa, no inicio me vitimizei, me perguntava a todo instante o porque que isso estaria acontecendo comigo, por vezes desejei morrer, mas graças ao apoio de minha família , amigos, minhas clientes queridas  e principalmente de minha netinha Clara, que é puro amor e fofurice, eu fui tento forças e sai do papel de vitima. Resolvi iniciar meu tratamento, removi ambas as mamas e iniciei a temida quimioterapia, nessa época a minha maior preocupação era o cabelo, talvez em razão da minha profissão, ou por sempre ser vaidosa mesmo, o que agora parece ridículo e pequeno diante de tudo, mas foi o que senti, passei então a usar peruca, o que de fato me ajudou muito em grande parte do tratamento, após um tempo comecei a me aceitar, aos poucos os cabelos foram voltando, no entanto tive que raspar a cabeça diversas vezes,  mas isso ja não foi tão difícil assim, passei e me sentir bem e abandonei de vez a peruca, o que foi libertador.


Foi um ano difícil, parar de trabalhar, usar mascara, sair de casa apenas para ir ao hospital, pois com a pandemia o cuidado era redobrado, mas aos poucos tudo foi ficando mais leve, a fé em Deus é a certeza de que nunca estamos sozinhos, e que passamos por provações que sempre podemos suportar. Hoje sou grata a minhas amigas que me ajudaram com terapias, pranaterapia, florais, constelações, todos os tratamentos alternativos que pude desfrutar e que muito me ajudaram, a ozônio terapia foi também fundamental para que as reações fossem suaves. ter muita fé em Deus, coragem, e persistência e não se sentir doente, não se colocar como vitima, hoje vejo a vida com mais suavidade, mais tranquilidade, ter a certeza de que tudo que passamos ou vivemos é para nosso crescimento espiritual. Esse ano de 2020 ficará certamente marcado para todos nós, mas pra mim acima de tudo foi um ano de batalhas e vitorias, cada uma vivida no seu tempo. Quero dizer para as pessoas que estão  passando por isso,  que é uma fase difícil, mas que como tudo na vida passa, e que se sentir vontade de chorar, espernear façam, vivam todas as fases, uma por vez, porque só assim estarão preparadas para enfrentar cada uma delas com força e coragem, que tenham pensamentos positivos, acredito que o que me ajudou muito foi o fato de nunca ter me sentido doente, não via o câncer como uma doença, mas sim como uma fase ruim, uma tempestade que logo passaria e graças a Deus passou.

                                                                                                         Claudia Elizabete Pezzini 

FOTÓGRAFO: JONATAN DIEGO